A gordofobia é uma aversão à gordura e às pessoas que estão acima do peso estabelecido como ideal. Além disso, cabe reforçar que vários transtornos alimentares começam na infância, por isso a importância de trabalhar desde cedo a relação do corpo com a alimentação. É um preconceito que estrutura todo um conjunto de ações que excluem, segregam e inviabilizam o corpo gordo. Sem dúvidas, é uma distorção social que precisa de ações efetivas para quebrar o ciclo de violência, bullying e negação enraizados. Indivíduos gordos são vistos pelos “gordofóbicos” como pessoas inferiores aos demais e podem se tornar alvo de piadas e discriminação.
Vivemos em um mundo que muitas vezes valoriza apenas um tipo específico de corpo, aquele considerado padrão. E justamente por isso que é crucial reconhecer a importância de olhar para o próprio corpo com mais carinho e cuidado. Desde a infância muitas pessoas sofrem com preconceitos relacionados ao tamanho do corpo e, por isso, são alvo de estigmas e discriminações. Essas experiências acabam deixando cicatrizes emocionais profundas e cria-se uma relação de desconexão e até aversão da pessoa com o seu próprio corpo. A gordobofia, por exemplo, permeia diversas esferas da vida, desde o acesso limitado a roupas adequadas e espaços públicos até os estereótipos prejudiciais disseminados pela mídia e pela sociedade em geral. Essa discriminação sistêmica pode levar a uma série de consequências negativas para a saúde mental e emocional das pessoas, incluindo baixa autoestima, ansiedade, depressão e até distúrbios alimentares.
Esse cenário é desafiador e, por isso, a importância de construir com essas pessoas estratégias de autonomia suficientes para promoção da autoaceitação e valorização da diversidade corporal. Cada corpo é único e merece ser celebrado em sua individualidade, sendo que aceitar-se não significa necessariamente estar satisfeito com todas as características do próprio corpo, mas sim reconhecer seu valor intrínseco, independente de padrões estéticos impostos pela sociedade. Olhar para o próprio corpo com mais carinho e gentileza envolve um processo de desaprender as mensagens negativas internalizadas ao longo dos anos e reconectar-se com a própria essência. Isso requer coragem, autocompaixão e um compromisso contínuo com o autocuidado e o amor próprio. Além disso, é importante criar espaços seguros e inclusivos onde todas as pessoas, independentemente do tamanho de seus corpos, se sintam respeitadas, valorizadas e aceitas. Isso envolve combater ativamente a gordofobia em todas as suas formas, desafiando estereótipos, promovendo a representação positiva de corpos diversos e defendendo políticas e práticas inclusivas.
Enfim, a obesidade é questão de saúde pública. É uma doença que se associa a diversas questões emocionais que agravam a condição do indivíduo. Para piorar, o julgamento proposto pela gordofobia cria, inclusive, uma visão deturpada em relação às pessoas gordas, associando o seu peso à incompetência ou preguiça. Essas atitudes levam a uma série de prejuízos e danos psíquicos às vítimas. Não vamos romantizar a obesidade, porém não tenha vergonha do seu corpo: você pode dançar, correr, participar de qualquer coisa. Não é defender que é bonito ser obeso e sim, enquanto a pessoa estiver nessa condição, que ela pode seguir sem vergonha do próprio corpo, sem estar infeliz, se escondendo e esperando o milagre para iniciar uma mudança de hábitos. O tratamento da obesidade começa com a atitude de, por exemplo, dançar, praticar alguma atividade física e se alimentar de forma saudável, equilibrando mente e corpo.